domingo

bases para a escrita sampler

nossa natureza está no movimento;
a calma completa é a morte.


I.
A proposta da série “Invasores de corpos” é justamente exercer na escrita a relação de forças que age sobre textos teóricos e literários — e sobre a qual a escrita sampler transita e reflete.
Através da apropriação da expressão “invasores de corpos”, o procedimento é nomeado e executado como filosofia estética.
Uma filosofia e uma estética sampler.


II.
Que novas frentes se abrem? Dos caminhos vislumbrados nos fotogramas "&&&", quais podem ser os que não serão velados quando as imagens forem reveladas?

III.
Pouco antes de escrever estas perguntas, pensando nelas, encontro, me deparo, sou encontrado?, por um pequeno diálogo — uma espécie de epígrafe às avessas.

IV.
— Palavra diferente de qualquer palavra já dita e por isto sempre nova, jamais ouvida: exatamente palavra inaudita e à qual devo no entanto responder.
— Tal seria então minha tarefa: responder a esta palavra que ultrapassa meu entendimento, responder sem tê-la realmente ouvido e responder repetindo-a, fazendo-a falar.
— Nomear o possível, responder ao impossível: eu me lembro que havíamos designado assim os dois centros de gravidade de toda linguagem.
— Esta resposta, esta palavra que começa respondendo e que, neste começo, repete a questão que lhe vem do desconhecido e do estrangeiro, eis o que está no princípio desta responsabilidade, da forma como ela se exprimirá depois, na dura linguagem da exigência: é preciso falar.
Falar sem poder.
Manter a palavra.

V.
Que importa quem fala?



Contém samples de Maurice Blanchot, que trabalha com bases de Emmanuel Lèvinas, e Samuel Beckett.