desmanchar as relações estáveis
Rancière diz, ele me diz, que a impossibilidade de delimitação entre uma noção comum e o conceito específico de uma coisa definida não é um defeito atribuível às imperfeições da língua ou atraso do conceito. “Literatura” é um desses nomes flutuantes que resistem à redução nominalista, um desses conceitos transversais que têm a propriedade de desmanchar as relações estáveis entre nomes, idéias e coisas e, junto com elas, as delimitações organizadas entre as artes, os saberes ou os modos do discurso. “Literatura” pertence a essa delimitação e a essa guerra da escrita onde fazem e se desfazem as relações entre a ordem do discurso e a ordem dos estados.
A literatura é, sem meias palavras (ainda bem, porque, no fundo, o que são meias-palavras, ou palavras-meias usadas para o conforto?), aquilo (um dos aquilos) que pode mover as relações, e pode nos mover.
A literatura é, sem meias palavras (ainda bem, porque, no fundo, o que são meias-palavras, ou palavras-meias usadas para o conforto?), aquilo (um dos aquilos) que pode mover as relações, e pode nos mover.
1 Comments:
Muito bom, Maurex. Estou ao poucos tateando o seu blog. Parabéns, negão.
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