quarta-feira

o procedimento sampler

Pensar o movimento de desfiguração como ato amoroso de interesse. Desfigurar a forma é interrogar a imagem, reinventá-la, uma saída do amor gregário da imagem consensual, do amor fascista; desfigurar como paixão da interpretação. Nessa hipótese,a desfiguração daria espaço à apropriação da forma anterior desconstruída para reformulá-la, refigurá-la, criar uma outra figura. O procedimentro sampler, digo a ele, como uma re-construção do já figurado em busca de uma nova música, um novo tom, um novo corpo escrito possível. Contar as suas memórias como se fossem de outro, contar as outras como se fossem suas. O escritor contemporâneo, afirmo, diz, busca construir uma memória pessoal que sirva, ao mesmo tempo, de ponte com a tradição perdida.