terça-feira

The Buenos Aires Sessions Vol. 1: no El Rapido

16h42: no El Rapido.
Tres ginebras e una quilmes litro.




Esbarrando no “mundo clássico”: um outro tempo, mágica pura, estamos entrando, estamos dentro do mito criado, e ele está vivo.
O caminho: saindo da Charcas – final da rua – eu e K., uma foto dos Chicos Bestiales contra o muro.

Ginebra tastes like perfume, diz Miró.
El Rapido contém os três pilares da civilização argentina, continua. O tango (foto de Gardel na parede), o futebol (a seleção nos calendários) e os cavalos (as corridas na TV, as fotos do proprietário com os jóqueis acimas de nossas cabeças).
Uma mulher passa por mim e sobe ao baño. Um travesti, corrigem. Volta (é um travesti, realmente, um travesti-estereótipo, e feio). Ao lado do El Rapido está Kim Novak, bar moderninho com a bandeira do arco-íris na janela. Mais tarde, jantando com amigos portenhos, ficamos sabendo que esta é uma área de travestis. Não conseguimos conhecer Kim Novak, siempre cerrado.
Quando o traveco fecha a porta do bar, o esteorótipo masculino flui. Que liguem o ventilador, diz o homem do balcão. Es um viadito, diz outro. Otra quilmes más, pedimos. A conexão feita em cima do preconceito é linguagem universal. Amizade de bar, boteco porteño, otra ginebra. Todos obreros acá. Problema sério nos dentes (falta de) dos amigos. Um trabalha nas corridas, treinou cavalos no Brasil. Falam de futebol, que vão cantar mais tarde, e vai se quedando más tarde e más quilmes (otra más, por favor!) e conversamos, damos risada e o tempo passa (não passa).




Saímos pelas diez, e a cantoria fica para manaña, estamos convidados. Tempo de viagem, sem relógio, sem telefone, sem referência marcada que não as que são constituídas dentro da própria viagem.