terça-feira

The Buenos Aires Sessions Vol.1: la confitería Ideal II

Ambos Mundos

Parado na porta espelhada, na volta del baño, começo a sentir os efeitos da viagem temporal. O tempo: em um dia e meio, a distância da vida cotidiana é absoluta.
Soy un argentino, no soy un argentino, mejor: soy un local.

Ciudad de libro, acá no es un cine, sino una narración (que se va imprimiendo en mi cuerpo), una prosa (con gotas de poesia) — como não produzir tantos grandes e maravillosos escritores? Voltando à mesa percebo o órgão e o viejo músico que lhe dá vida.





Chocolate quente. Fora chove. El viejo Miguel sigue hablando a los chicos. K. está enfeitiçado. Começo a escrever na caderneta — o tempo: em um dia e meio a distância da vida cotidiana é absoluta. Lentamente, sinto que vai me tomando una epifania: el son de la musica del tango – el viejo Miguel com sus estorias – el otro viejo tocando el órgano – la confiteria e su teto clasico – los ojos llenos. Estoy en casa (hasta siempre).

(Uma anotação anterior à viagem: Para mim não é (nunca foi) Paris, e sim Buenos Aires a cidade do imaginário da escrita, a cidade mítica da escrita, o lugar do escritor. Uma genebra no Ambos Mundos.)





Antes, ainda en el baño, penso em Dimitroff Otanos, o russo que foi comprar cigarros e voltou 30 anos depois. Viver uma outra vida, assumir um outro eu guardado, cortar o passado e incorporar outra história. Penso também em Benjamin: mover a ruína, e não ser imobilizado pelo lamento. Ahora es la única hora possible.

No apartamento-base (vizinho à última morada de Macedonio), horas debruçados sobre o livro de Kuitca. Arte é construir realidades. Si yo fuera el invierno mismo.




1 Comments:

Blogger kaspar said...

é isso e mais todo o resto que nos espera nas encruzilhadas incestuosas da língua onde hermes, o exu-radar sem aspas, apropria e desapropria a potência da propriedade impossível da linguagem.
saravá.

28/8/05 22:46  

Postar um comentário

<< Home